sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Alforria



Deixe-me! Sou livre!
Talvez se você não tivesse vendido sua alma por um preço tão baixo ainda tivéssemos felicidade;
Se você não tivesse medo de encarar a vida de frente, com garra, as coisas fossem mais fáceis.
Não espere que as portas estejam sempre abertas para alguém que nunca soube merecer perdão.
Que se dane o mundo, que se dane tudo, foi o que eu ouvi, e o que importava era apenas o 'nós dois';
Estou aqui, mas desta vez não estou mais esperando, aliás, não espero por mais nada...Tenho pressa...
Pressa para retomar o tempo que me  foi roubado, e tolamente desperdiçado por um ser frívolo.
Meus sentimentos estão mais fortes, apoiados pelo ódio que tenho de mim quando lembro que fui sua;
Lembro que me permiti, de corpo e alma, ser de alguém que nunca soube nem de leve  o que é o  amor.
Não pense que eu não vou sair dessa sem marcas, mas quando olho no espelho, vejo alguém mais forte!
Hoje sei que não há nada me puxando para baixo, não há nada me deixando mal, afinal, você se foi.
E eu comemoro com lágrimas de satisfação! Não sabia ao certo o que fazer com a minha liberdade...
Talvez por isso tenha deixado você tomar conta dela por tanto tempo, sem me dar conta da tolice.
Mas hoje, me visto com a liberdade, me alimento dela. E a minha liberdade é exclusivamente minha;
Daqui para frente, quem quiser me amar terá que me deixar livre, pois sentir isso é o que me deixa viva.
Querido, não chore, pois eu já ateei fogo àquelas velhas fotografias, e às cartas incoerentes também!
Já estou me pintando. E agora vou à luta, com muita fome, e com muita sede...
Desta vez: deixa comigo, sei o que estou fazendo, não é a primeira vez, e na verdade, nem vai doer...
Já fui feliz outras vezes!

.Aline Cardoso.

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