quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Lembranças



Sinto falta de quem fui ontem, e de quem fui há dez anos.
Alguns momentos passam tão rápido e quando percebemos: se foi.
Um fino fio etéreo, fina faca afiada, me dilacera.
Entrecortando o tempo e os pensamentos.

 Lembranças...

E a esperança de não me perder do que já fui...
E se já fui melhor que hoje, espero amanhã não ser pior.
Algumas crenças mudaram, desejos também.
Acato as mudanças, o tempo é quem manda em mim.

Duro, intolerante, imensurável.

Na sã consciência de não matar a criança que fui
Percebo que ela não morreu. Deve viver em algum lugar aqui: dentro (de mim, talvez).
Seja em sorrisos, ou nos pés descalços.
No gosto da terra, ou no cheiro da chuva.

É doce, sincero, verdadeiro. Eterno...

Ouso acreditar nas pessoas, esperar algo bom delas.
Sonhar construir família, ter um filho para chamar de amor.
Plantar um amor para chamar de nosso.
E de meu, só quero ter as lembranças.

2 comentários:

  1. Quanta profundidade nessa análise introspectiva! É sempre bom fazermos um balanço de nossa existência, por mais normal e certinha que nos pareçam. Saber onde erramos ou acertamos, nos ajuda a tentar mudar o que ainda podemos ser.
    Um abraço e até o dia 05/03.

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