sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Sala de Espera



Salas de espera são ambientes amplamente conhecidos, e lá, enquanto aguardamos qualquer coisa que seja, às vezes contamos os minutos para que o tempo acelere um pouco mais e chegue logo a nossa hora. E em outras vezes, na verdade, quase todas as vezes, aparece alguém muito sociável que quebra o gelo entre os que esperam, contando coisas que aconteceram ultimamente, eu reconheço, para iniciar um assunto interessante é preciso ter um bom conhecimento geral sobre que está havendo no mundo. Mas existem pessoas que ao invés de debater sobre o mundo, fazem um pequeno marketing de sua própria história de vida, falam sobre os acontecimentos difíceis e as proezas que conseguiram, mas para falar a verdade mesmo, existem pessoas que são tão desinibidas que em um segundo já faz com que todos na sala saibam sobre suas contas, sobre seus sonhos de consumo, sobre sua vida pessoal, e em alguns casos, há quem debata até sobre a regularidade do fluxo menstrual, e não fica por aí, entram também histórias sobre o amor, sobre a decepção com os políticos, e ainda a revolta com a atual falta de segurança pública. São muitos assuntos em salas de espera. Mas o mais interessante que ouvi, foi sobre como um homem perdeu o baço, isso mesmo, o baço. Depois de escalar, e óbvio, despencar de um coqueiro estando em pleno estado de embriaguez. E ainda teve a história que contaram sobre a vingança de um cachorro raivoso, o cão infectado mordeu um determinado homem, que era tio do narrador, o homem mordido veio a falecer por conta da  raiva que contraiu, e este homem que fora mordido e assassinado pelo cão, tinha um irmão valente e revoltado, que em pleno domingo resolveu acabar de vez com o cachorro, e para magnífico espanto (veja só, seria cômico se não fosse trágico, mas cá para nós, eu achei bem cômico!) este irmão do homem mordido e assassinado, também foi mordido pelo mesmo cachorro, e para a descrença da platéia o cão raivoso, e agora, serial killer, continuou vivo, até ser muito tempo depois apreendido e sacrificado pela carrocinha. Em resumo, o cão matou dois de raiva, e quase me matou de rir. Até que neste dia o tempo passou rápido... Ah, e eu já vou indo chamaram meu nome.

Aline Cardoso

Um comentário:

  1. Nada como umas férias acadêmicas para desafogar a memória de trabalho, né..rs. Bom ver que a senhorita retomou a criatividade textual.
    Concordo com as palavras do texto! Pois nas salas de espera, onde a única expectativa reinante é a de logo ser atendido, somos surpreendidos por relatos particulares, quase intímos de um alguém que nem sequer se apresentou, já foi vomitando as suas vivências.
    Bem, igualmente ando retomando a criatividade, ontem mesmo escrevi algo, depois envio por e-mail para que você leia e me dê uma sugestão de título. No mais, boas festas e umas férias revitalizadora.

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